quarta-feira, 31 de maio de 2017

Sob o êxtase da dor de amor não escrevo
 Somente sento de costas para a clareza e estreito relações com o meu corpo amargo de doença
 Antecessor das impurezas e primeira fórmula na arquitetura do meu novo cérebro
 Amanhã quando deitar em nossa cama calmo nos levantará as sobrancelhas e nos morderemos sem ter pressa

segunda-feira, 15 de maio de 2017

subindo na escada do corpo interior

Eu não sei o que é campo harmônico
 nem o que é viver em harmonia,
Eu - só - vivo em conflito,
Tó na correria.

Eu tenho pouco contato
Pouco contato
Pouquíssimo contato
Com o mundo

Parece que me encontrei
Que me encontrei
 Na margem
Que me
Encontrei
No enterro
Me
Encon
Trei
 Na chegada
Que me
Cortei
De medo
Que nada
Que nada
Que nada

Eu supus
Eu suposto
Eu pressuposto
Um susto
 No busto e no osso
 Um súbito
 Subindo ladeiras
Fazendo esforço

u

terça-feira, 9 de maio de 2017

Mal tiraria os sapatos
Já teria que sair correndo
 E mal nos escutaríamos
 Já teria que sair voando
Mal nos abraçaríamos
Já  teria que me dirigir
Ao departamento mais próximo
 Nada me deixaria
Sossegar no teu colo

quarta-feira, 3 de maio de 2017

gota

Exalam esse enorme tesão um pelo outro
Mas não se melam, odeiam-se
Na medida em que se vão guardando
Com carinho
 Bem no bolso.

potresto

É na causa e na ironia
 que a arte morre

enquanto o sangue escorre
 enquanto o sangue escorre
 enquanto o sangue escorre

na periferia.

O ego
É um pedaço grande
 Do meu buxo grande
É uma inhaca
É o grito mais alto
Da minha gia
 O meu
 Cativeiro.

O poeta perde o rumo
 Não poema mais
 O poema perde o ritmo
Desencanta
Cansa senta e amarga
O poeta pede trégua
Não se nega lança n’água
Algo do poema